Você consegue ver um filme e não lembrar?
É como um espelho. Uma história familiar. A saga é minha, é sua, é nosso tempo. Estão lá nossos sentimentos, pensamentos, ações e desejos. Tenho visto alguns e eles me mostram o quanto é humano viver o que eu vivi. Se esquecemos por vezes e nos repetimos, é só por ser uma boa hora de revermos o filme. Algumas vezes só bastava uma cena, uma fala ou um jogo de luzes. Outras vezes, apenas a música.
Você consegue ouvir uma música e esquecer?
É como o eco. Uma voz vinda do peito. Uma voz cantada por mim e por você. Ouço um suspiro, um grito, um sussurro, uma melodia que me encanta. Toda música é uma ode e toda ode é uma homenagem. Homenagear o amor, a solidão, a volúpia, a geração. A sociedade, o fim dos tempos, as guerras, os dias a mais, a esperança, a tortura, o belo, o infinito... E ouvir os CD's por mais exaustivo que seja, pela repetição, nos trás sempre o que sentimos da primeira vez. E as figuras e imagens que vêm às nossas cabeças.
Você desenha?
Eu sim. E tenho desenhado muito. Aprendi muito em pouco tempo e continuo melhorando. Desenho paisagens, edifícios, sombras e luz. Nas mãos o lápis, a caneta, o carvão, a tinta, as canetas e lápis de cor, o papel. O traço reflete minhas intenções, as cores, minhas emoções, a luz e a sombra mostram meus pensamentos.
Só pela empatia a arte tem serventia. Tanto a arte consumida, quanto a produzida nos faz lembrar de momentos. A vida, e aí, é isso, são os momentos. E cada um tem seu cheiro, cor, som, sabor e sentimentos. Por isso tudo vale, se o que quisermos for viver.
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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Geração Instantânea
A cada segundo escutando, está perdendo o tempo. Mil coisas sem fazer porque ouviu uma música. Se em três acordes não se resumir uma idéia, não vale a pena.
É o tempo do consumo e da praticidade, diga logo o que quer contar, sejamos diretos. E faça uma melodia fácil de guardar. Pode falar de amor, de liberdade ou revolta, contanto que no fundo, no fundo seja mentira. Só pra sentir o que está na canção e achar que sou eu e assim sossegar, como se estivesse junto de tudo, fazendo parte daquilo, em empatia forjada. Música ouvida, volta ao dia a dia, achando o caminho perfeito pra auto-piedade. Se torna mais fácil a conformação.
Só não se esqueça que o tempo é curto e solos e coisas do tipo me fazem perder a métrica, o pulso da rotina e a cadência acinzentada. E que frases repetidas, fora o refrão, dão vontade de passar e começar logo a próxima faixa.
A tolerância ainda é grande! Pois nem é como se pedisse que "se vire nos 30", contanto que não sejam também mais de quatro minutos. Aí já é exagero porque a minha geração é Fastfood.
É o tempo do consumo e da praticidade, diga logo o que quer contar, sejamos diretos. E faça uma melodia fácil de guardar. Pode falar de amor, de liberdade ou revolta, contanto que no fundo, no fundo seja mentira. Só pra sentir o que está na canção e achar que sou eu e assim sossegar, como se estivesse junto de tudo, fazendo parte daquilo, em empatia forjada. Música ouvida, volta ao dia a dia, achando o caminho perfeito pra auto-piedade. Se torna mais fácil a conformação.
Só não se esqueça que o tempo é curto e solos e coisas do tipo me fazem perder a métrica, o pulso da rotina e a cadência acinzentada. E que frases repetidas, fora o refrão, dão vontade de passar e começar logo a próxima faixa.
A tolerância ainda é grande! Pois nem é como se pedisse que "se vire nos 30", contanto que não sejam também mais de quatro minutos. Aí já é exagero porque a minha geração é Fastfood.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
domingo, 16 de agosto de 2009
Só para constar.
Batem na porta. Mas é só uma imagem. A porta é aberta. Signo e significado. Duas pessoas se cumprimentam. Reações em cadeia.
Basta um olhar pra entender o que se diz. Orgulho diretamente ligado a flagelação da sociedade. E o que dizer da mente ociosa, se não que ela trabalha incessantemente? Isso que dá vida as coisas. Isso é o que dá prazer. Não posso nem espero encontrar alguma forma alternativa para resolver as questões que cabem a mim. Tudo de que preciso é paz e sono. Por toda a existência temos essa esperança, feito uns tolos, uns arquétipos, caricaturas do que realmente somos. Para passar uma imagem que desejo, devo teatralizar, no contexto da situação, mas exageradamente. Sempre é em excesso. Até a calma é excessiva. Perto do que somos, o que nos mostramos é um tufão. Uma onda gigantesca daquilo que se esconde, por não termos medida de o quanto precisamos aumentar para que seja notado e qualificado como aquilo que desejávamos mostrar.
A história continua como um filme, porque é um filme, uma história. O espectador é personagem, é diretor, é figurinista... Passo aqui pra deixar essa informação: Somos tudo aquilo que estamos dispostos a externar. Tudo aquilo que aparenta. Tudo que não parecemos, não somos. Podo flores para um dia me alegrar com a tristeza da realidade aparente. Vamos descobrir as histórias do acaso, tudo o que está omisso tem de ser descoberto.
O mais confuso e aleatório possível, aquele que vos fala.

A história continua como um filme, porque é um filme, uma história. O espectador é personagem, é diretor, é figurinista... Passo aqui pra deixar essa informação: Somos tudo aquilo que estamos dispostos a externar. Tudo aquilo que aparenta. Tudo que não parecemos, não somos. Podo flores para um dia me alegrar com a tristeza da realidade aparente. Vamos descobrir as histórias do acaso, tudo o que está omisso tem de ser descoberto.
O mais confuso e aleatório possível, aquele que vos fala.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Vontade e Querer

Um vácuo no tempo desde a última postagem. Pouca coisa aconteceu, muita coisa mudou. Ou o contrário.
São nossos medos que agem através de nós, por isso a confusão. As flores do meu jardim jazem misturadas loucas, se proliferaram no gramado, nasceram no espaço das outras, buscando com o caos, o equilíbrio. Meu jardim, meus pensamentos, são flores minhas paixões.
O gato branco de olhos escuros ou então agora, cores vertidas em seu revés, força no olhar, aptidão para a caça. Como ele não somos, mas não tendo atrás de nós caçadores, caça não somos também. E quando não houver mais saída alguma, teremos chegado onde havíamos de chegar. O pote está vedado, mas é só quebrá-lo. A força para erguê-lo não é suficiente, quanto mais para jogá-lo ao chão. Sendo então cães no asfalto, a se esquentarem sob o Sol, perdem o olfato do perigo, não aprenderam a voar, preguiçosos. Desaprendendo a querer, se aprende a esquecer, não resta nem o esperar. Esperança que morre já de início, deixando ainda cheia de vigor a tristeza, a apatia, a doença.
Continuo perdido, fuçando tudo, apesar de tudo. O gato que não descansa, que não pisca, não move um músculo, está numa fotografia, não no mundo real. Seu pêlo é branco, sua vida está de mudança, a paisagem já tem outros gatos, ou não tem nada, só neve branca, ou fogo, ou ar, ou nada mesmo. Teimo em olhar tudo como fato presente, sólido concreto, opaco e tangível, louco sou eu. Quero-te viva, não entende?
domingo, 7 de junho de 2009
"A novidade era o máximo..."(Paralamas)
Descobri (ou finalmente soube colocar em palavras) ue sou movido pelo desconhecido. Aproveitando que está à minha disposição uma coleção de jazz, estou aprendendo a gostar da sonoridade que há nesse estilo musical. Vez ou outra, puxo um dos CD's sem prestar atenção em qual álbum é e deixo tocando, enquanto faço outras coisas, dentre elas, escrever (como, aliás, estou fazendo). O som de um sopro mudo junto às notas tocadas do sax é como aquela voz bem ao pé do ouvido, bem respirada e íntima. O baixo acústico soa solto pela música tanto rítmica, quanto harmonicamente. Aquela nota quase afinada, quase no compasso faz a música ter um som único. Enfim, algo bom de se conhecer.
Quando se descobre o prazer em apreciar algo que nunca ouviu, parece que se torna um vício. O que o ouvido já se acostumou, passa a desinteressar. Lógico, há músicas prediletas que nunca vão deixar de ter valor pra mim. Mas é só um caso a parte. Experimentar essa sensação de não saber exatamente o que será ouvido após uma nota de uma música é como conhecer uma pessoa. Tudo o que ela apresenta é observado, até analisado, mesmo que se trate de uma análise não proposital. Depois de se quebrar preconceitos que vêm à tona incondicionalmente, esse alguém que se desconhece passa a ser uma fonte de novidade intensa. Assim é com a música. Posso até ouvir uns acordes iniciais e supor que nunca tirarei algo de iteressante da música que esteja tocando. Porém, quando se deixa falar, ela sempre conta algo que nunca eu havia ouvido. Pode ser algo que não me agrade no fim das contas, mas sempre vale a pena. Só não pode ter alma pequena.
Quando se descobre o prazer em apreciar algo que nunca ouviu, parece que se torna um vício. O que o ouvido já se acostumou, passa a desinteressar. Lógico, há músicas prediletas que nunca vão deixar de ter valor pra mim. Mas é só um caso a parte. Experimentar essa sensação de não saber exatamente o que será ouvido após uma nota de uma música é como conhecer uma pessoa. Tudo o que ela apresenta é observado, até analisado, mesmo que se trate de uma análise não proposital. Depois de se quebrar preconceitos que vêm à tona incondicionalmente, esse alguém que se desconhece passa a ser uma fonte de novidade intensa. Assim é com a música. Posso até ouvir uns acordes iniciais e supor que nunca tirarei algo de iteressante da música que esteja tocando. Porém, quando se deixa falar, ela sempre conta algo que nunca eu havia ouvido. Pode ser algo que não me agrade no fim das contas, mas sempre vale a pena. Só não pode ter alma pequena.
domingo, 24 de maio de 2009
Numa manhã de quinta
Tantos livros...
E eu não entendo a razão. O que fazer? A única forma de lidar com isso é a conformação e eu não aprendi a ver uma solução nos problemas insolúveis. Cada rojão às alturas, um tropeço no chão. É o meio que se alcança, nem eterno nem finito, não sou Deus, tampouco mortal. Parto do princípio que tudo está como sempre teria de ser, mas na realidade eu mesmo não encontro o porque.
Sondo os meus sonhos, as idéias, as palavras e minhas ações, nelas não encontro nada. Imagino outros numa situação semelhante, mas não lembro que caminho seguiriam, pra poder me guiar. Acho que só a própria pessoa pode ser guia de si. Mas eu tenho tantos de mim... Sou como uma Legião, todos falando, cada um na sua língua, com a sua cultura, com os seus princípios. Se é assim, então não me sobra nada, por ter em mim, tudo. Se em tudo há valor, nada vale alguma coisa, que beco nos encontramos. Em que beco nos encontraríamos? Não sei mais, lembre-me com qualquer recado.
Vivo e volto, não tenho nada pra oferecer, prefiro então ficar calado.
...por ora...
terça-feira, 5 de maio de 2009
Eros e Psique

Enlaçados os dois, apaixonados. As asas do amor que elevam a alma ao sublime. Só têm olhos pro outro, externos ao mundo em volta, beleza e pureza são um só objeto. Objeto eternizado em mármore, objeto admirado através dos séculos, tamanha é a sua proximidade do real.
A lenda fala do Amor, quando omite sua forma, sua aparência, fala da Alma, inquieta, curiosa, buscando algo mais tangível, a beleza. Saí ferido o Amor, pelo azeite também; porém mais pela desconfiança, essa sim, de veneno sem antídoto.
Em sua busca, a Alma se sacrifica, cumpre tarefas desgastantes, chega aos limites da mortalidade e, no limiar da vida, fraqueja, almeja a beleza (agora de si mesma) e se perde. Em seu resgate, parte o Amor com suas asas que lhe dá o poder de ir e vir entre a vida e a morte, só ele consegue salvar a Alma da morte certa. Os dois sobem até os céus, agora estão livres, estão juntos, nada mais os oprime, não há limites...
E no salão, em exposição, estão lá, tão próximos e tão distantes. Distantes de nós, distantes entre si, o abraço os torna unos, peça inteira, seus olhares já tão perto um do outro, buscam um beijo, certamente. Mas são pedra, eterno mármore, de nada vale tudo isso, nunca chegarão mais perto. Não importa. Sua força, sua expressão, sua história não estão ali para esse fim. Levam sim à proximidade, à intimidade, ao beijo enfim, não ali na obra de arte, mas em volta, dois que por ali passaram e notaram o absurdo que seria não prestar tal homenagem a uma poesia belíssima como essa, lapidada, esculpida, eternizada.
terça-feira, 28 de abril de 2009
Caro zoon politikon...

Há dias em que se nasce e há dias em que se morre. Sigo a sina da disritmia, sem parar, sem parar de mudar, não sei mais pra onde eu ia. Quem realmente já aprendeu a viver? O que se espera fazer durante uma vida? Você espera e você faz, é o que dá pra arriscar. Eu? Não, eu não danço bem a vida, ela está em descompasso! O furacão é uma semente da mais bela flor existente...
Até onde, de fato, eu sou? As barreiras são fictícias, mas relevantes; as jogadas são reais, mas contornáveis. É assim que levamos bem nossos dias, nossas vidas, nossas hipocrisias. Se há algo mais absurdo que tudo no mundo, é a coerência. Volta e meia me sinto perdido naquilo que é meu. Aquele objeto construído, aquele mundo tão próximo, tudo se correspondendo... e aí, me sinto um corpo estranho, sou expulso dali. Me sinto até mal visto por aquelas bandas.
E o que resta no final? Palavras soltas, conceitos puros? Que ordem louca é essa que estão colocando no caos? Absurdo! Somos todos loucos, absortos na loucura, absolvidos por ela, absolutos nela, mas... abstraídos dela, abismo abissal!
Haverá toda loucura, todos os distúrbios, toda insensatez, mas não haverá mediocridade. A fenda estará exposta como um corte feito por navalha, profundo, brotando sangue. Seus males expurgados, o divino ficará a mostra com toda sua perfeição caótica, sem postura nem comedimento, tudo pode, porque é!
Até onde, de fato, eu sou? As barreiras são fictícias, mas relevantes; as jogadas são reais, mas contornáveis. É assim que levamos bem nossos dias, nossas vidas, nossas hipocrisias. Se há algo mais absurdo que tudo no mundo, é a coerência. Volta e meia me sinto perdido naquilo que é meu. Aquele objeto construído, aquele mundo tão próximo, tudo se correspondendo... e aí, me sinto um corpo estranho, sou expulso dali. Me sinto até mal visto por aquelas bandas.
E o que resta no final? Palavras soltas, conceitos puros? Que ordem louca é essa que estão colocando no caos? Absurdo! Somos todos loucos, absortos na loucura, absolvidos por ela, absolutos nela, mas... abstraídos dela, abismo abissal!
Haverá toda loucura, todos os distúrbios, toda insensatez, mas não haverá mediocridade. A fenda estará exposta como um corte feito por navalha, profundo, brotando sangue. Seus males expurgados, o divino ficará a mostra com toda sua perfeição caótica, sem postura nem comedimento, tudo pode, porque é!
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