domingo, 24 de maio de 2009

Numa manhã de quinta





Tantos livros...




E eu não entendo a razão. O que fazer? A única forma de lidar com isso é a conformação e eu não aprendi a ver uma solução nos problemas insolúveis. Cada rojão às alturas, um tropeço no chão. É o meio que se alcança, nem eterno nem finito, não sou Deus, tampouco mortal. Parto do princípio que tudo está como sempre teria de ser, mas na realidade eu mesmo não encontro o porque.


Sondo os meus sonhos, as idéias, as palavras e minhas ações, nelas não encontro nada. Imagino outros numa situação semelhante, mas não lembro que caminho seguiriam, pra poder me guiar. Acho que só a própria pessoa pode ser guia de si. Mas eu tenho tantos de mim... Sou como uma Legião, todos falando, cada um na sua língua, com a sua cultura, com os seus princípios. Se é assim, então não me sobra nada, por ter em mim, tudo. Se em tudo há valor, nada vale alguma coisa, que beco nos encontramos. Em que beco nos encontraríamos? Não sei mais, lembre-me com qualquer recado.


Vivo e volto, não tenho nada pra oferecer, prefiro então ficar calado.




...por ora...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Princípio da Impenetrabilidade

Ele estava lá
Dentro do ovo
O ovo fechado, seguro
Ele estava lá

Abriu-se o ovo
Chocou-se o ovo
Saiu do ovo
Foi embora de lá

Cresceram as penas
Aprendeu a voar
Esqueceu dos pais
Viu um dia o mar

Voltou e foi
Migrou ou não
Sozinho ou em bando
Por um instante se deparou comigo


Eu estive aqui
Dentro do povo
O povo fechado, mas inseguro
Eu estive aqui

Mudou-se o povo
Perdi-me do povo
Não existe mais povo
Continuei aqui

Cresceram as idéias
Aprendi a pensar
Não esqueço dos pais
Sempre vi o mar

Voltei e fui
Migrei ou não
Sozinho ou em bando
Por um instante me deparei com ele


Ele a voar
Meu carro a voar
Eu passarei
Ele
Era só um passarinho

terça-feira, 19 de maio de 2009

... ...

...te comer inteira, sob um céu carmim, te dar de bandeja tudo que é de mim, tão risonha e bela sua prostração, bife de panela cheira a tentação...

Como tudo que é intenso, tudo que não borda, transborda, tudo que persegue o infinito, tudo que peleja, dói, almeja, destrói, deseja, corrói, caleja e mói. Como a ostentação da verdade, do belo, do perfeito, do bom; como o mar... o mar que está longe, o mar que está perto, não perto, não. Dentro. Dentro de mim. Dentro de mim, um mar. Nesse mar, tudo que há. Aahh...

Anjos borrados numa folha de papel, eu os fiz, eu em lágrimas, eu os manchei. Sempre atento a todo meu amor, a todos os meus amores. A tudo que é amor, serei atento. Atento.. lento.. sento e tento transbordar, mas não existe mais nada a dizer, nem pra escutar. Tudo será dito com mil palavras quietas, nunca passarão da garganta, menos passam que trespassam. Aquela voz calada, contida, segura no pouco que me resta de seguro no mundo, meu corpo, minha vida, minhas lembranças, não há nada meu, ilusão. Podo flores, ponho em vasos, já estão mortas, água pra preservar daquela que já veio e já levou, a Morte. Faço as regras, cumpro todas, depois desfaço-as e cumpro de novo. Levo facas afiadas, elas sempre para mim, apontadas para mim, ameaçando a mim, um dia ainda serão lançadas contra mim.

Espero o ar puro cada manhã, rogando para que um dia seja o dia, aquele dia que tudo irá mudar, só pra continuar a ser aquilo que sempre havia sido. Meio torto, meio morto, meio solto e revolto, nem poesia nem prosa, rima ao léu, venturosa, só pra você lembrar de mim. E quem sabe, um dia... te comer inteira...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Rapidinha de hoje:

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domingo, 10 de maio de 2009

Fora Daqui

Sabe cantar, sabe escrever; só não sabe viver. Farrapos almejantes presos num varal, dentro do peito aberto e manchado, extenso e sangrado. Em tudo mais que se possa mover, ou perder... Há a utopia da palavra, embolia da superstição.

Todo amor preso num porão de vento, sem um só olhar atento. Mas o que dizer com palavras tolas, se não sente comiseração ao estender a emoção até uma tensão absurda?

Complexo de médio. Sem pular obstáculos. Sem correr para além. Segue um sonho moldado pela realidade que convém. Só teria alguma chance se estivesse seguro,
se estivesse crescido,
se estivesse maduro,
se tivesse então lido
o livro sobre o escuro.
Se estivesse tão forte,
se não estivesse aos cortes,
em frangalhos tão puros.


Sente inveja da dor suportada, da foda mal dada, do carinho tão tenro dessas mãos adestradas.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Eros e Psique


Enlaçados os dois, apaixonados. As asas do amor que elevam a alma ao sublime. Só têm olhos pro outro, externos ao mundo em volta, beleza e pureza são um só objeto. Objeto eternizado em mármore, objeto admirado através dos séculos, tamanha é a sua proximidade do real.
A lenda fala do Amor, quando omite sua forma, sua aparência, fala da Alma, inquieta, curiosa, buscando algo mais tangível, a beleza. Saí ferido o Amor, pelo azeite também; porém mais pela desconfiança, essa sim, de veneno sem antídoto.
Em sua busca, a Alma se sacrifica, cumpre tarefas desgastantes, chega aos limites da mortalidade e, no limiar da vida, fraqueja, almeja a beleza (agora de si mesma) e se perde. Em seu resgate, parte o Amor com suas asas que lhe dá o poder de ir e vir entre a vida e a morte, só ele consegue salvar a Alma da morte certa. Os dois sobem até os céus, agora estão livres, estão juntos, nada mais os oprime, não há limites...
E no salão, em exposição, estão lá, tão próximos e tão distantes. Distantes de nós, distantes entre si, o abraço os torna unos, peça inteira, seus olhares já tão perto um do outro, buscam um beijo, certamente. Mas são pedra, eterno mármore, de nada vale tudo isso, nunca chegarão mais perto. Não importa. Sua força, sua expressão, sua história não estão ali para esse fim. Levam sim à proximidade, à intimidade, ao beijo enfim, não ali na obra de arte, mas em volta, dois que por ali passaram e notaram o absurdo que seria não prestar tal homenagem a uma poesia belíssima como essa, lapidada, esculpida, eternizada.


segunda-feira, 4 de maio de 2009

Faces do espelho


"As paixões destrutivas se manifestam com uma tensão generalizada do sistema muscular, ranger os dentes, protrusão das garras, dilatação dos olhos e narinas, rosnados; e essas são formas atenuadas das ações que acompanham o ato de matar uma presa."
(SPENCER, Herbert. Principles of Psychology, 1855)

Textos aleatóriamente lidos durante crises de insônia, de vez em quando, nos fazem lembrar de alguém...

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Acordar
Fazer exercício
Tomar banho
Café da manhã
Treinar baixo
Almoçar
Dar aula de baixo
Jantar
Dormir

...planejamentos não nos servem, definitivamente!
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Continuarei só com fotos preto-e-branco... mas esse costume foi percebido só agora, não havia me dado conta até então. Mas até que faz um estilo. Esteticamente aprovado pelo senhor postador.

Do entardecer...

Do entardecer...

Ao amanhecer

Ao amanhecer