domingo, 26 de dezembro de 2010

Poema do ano

E quando tudo era perfeito
Ou quando tudo era errado
Quando éramos iguais
Ou estávamos despreparados
Se eu tinha tudo em mãos
era às vezes desperdiçado
Mas não se deixe permitir
Porque tudo pode estar parado

Esqueço o que a dor é
Qual seria sua tormenta
Sua forma de prazer
Sua água benta
Quantos fazem o amor parar
e quem a própria dor arrebenta
pode ser que um dia acabe
Ou pelo menos é o que se tenta

Sabe o odor do ofício?
O cheiro de mesmo
O cheiro do vício?
Pois é o que me corrói aqui
Mas enfim, o que me faz seguir
Tolerância em dobro não é virtude
Antes é preguiça
Minhas areias-movediças

Soro de hospital
Sonho de natal
Vésperas de ano novo
Meu fígado é de um corvo
Sério e sem graça
Digo, desgraça
Porque não há mal nenhum
No fim de tudo, sem motivos não rimar

Do entardecer...

Do entardecer...

Ao amanhecer

Ao amanhecer