segunda-feira, 29 de junho de 2009

Vontade e Querer




















Um vácuo no tempo desde a última postagem. Pouca coisa aconteceu, muita coisa mudou. Ou o contrário.

São nossos medos que agem através de nós, por isso a confusão. As flores do meu jardim jazem misturadas loucas, se proliferaram no gramado, nasceram no espaço das outras, buscando com o caos, o equilíbrio. Meu jardim, meus pensamentos, são flores minhas paixões.

O gato branco de olhos escuros ou então agora, cores vertidas em seu revés, força no olhar, aptidão para a caça. Como ele não somos, mas não tendo atrás de nós caçadores, caça não somos também. E quando não houver mais saída alguma, teremos chegado onde havíamos de chegar. O pote está vedado, mas é só quebrá-lo. A força para erguê-lo não é suficiente, quanto mais para jogá-lo ao chão. Sendo então cães no asfalto, a se esquentarem sob o Sol, perdem o olfato do perigo, não aprenderam a voar, preguiçosos. Desaprendendo a querer, se aprende a esquecer, não resta nem o esperar. Esperança que morre já de início, deixando ainda cheia de vigor a tristeza, a apatia, a doença.
Continuo perdido, fuçando tudo, apesar de tudo. O gato que não descansa, que não pisca, não move um músculo, está numa fotografia, não no mundo real. Seu pêlo é branco, sua vida está de mudança, a paisagem já tem outros gatos, ou não tem nada, só neve branca, ou fogo, ou ar, ou nada mesmo. Teimo em olhar tudo como fato presente, sólido concreto, opaco e tangível, louco sou eu. Quero-te viva, não entende?

quinta-feira, 11 de junho de 2009

não tenho tempo...


... e amanhã era o seu dia.

domingo, 7 de junho de 2009

"A novidade era o máximo..."(Paralamas)

Descobri (ou finalmente soube colocar em palavras) ue sou movido pelo desconhecido. Aproveitando que está à minha disposição uma coleção de jazz, estou aprendendo a gostar da sonoridade que há nesse estilo musical. Vez ou outra, puxo um dos CD's sem prestar atenção em qual álbum é e deixo tocando, enquanto faço outras coisas, dentre elas, escrever (como, aliás, estou fazendo). O som de um sopro mudo junto às notas tocadas do sax é como aquela voz bem ao pé do ouvido, bem respirada e íntima. O baixo acústico soa solto pela música tanto rítmica, quanto harmonicamente. Aquela nota quase afinada, quase no compasso faz a música ter um som único. Enfim, algo bom de se conhecer.
Quando se descobre o prazer em apreciar algo que nunca ouviu, parece que se torna um vício. O que o ouvido já se acostumou, passa a desinteressar. Lógico, há músicas prediletas que nunca vão deixar de ter valor pra mim. Mas é só um caso a parte. Experimentar essa sensação de não saber exatamente o que será ouvido após uma nota de uma música é como conhecer uma pessoa. Tudo o que ela apresenta é observado, até analisado, mesmo que se trate de uma análise não proposital. Depois de se quebrar preconceitos que vêm à tona incondicionalmente, esse alguém que se desconhece passa a ser uma fonte de novidade intensa. Assim é com a música. Posso até ouvir uns acordes iniciais e supor que nunca tirarei algo de iteressante da música que esteja tocando. Porém, quando se deixa falar, ela sempre conta algo que nunca eu havia ouvido. Pode ser algo que não me agrade no fim das contas, mas sempre vale a pena. Só não pode ter alma pequena.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Carta de Amor

Minha querida,
você não tinha partido? E aqui está você me pregando mais uma peça, me deixando sem chão, de novo. Onde é que eu estive antes de entrar nessa não sei, mas sei que vou me perder sempre. Como eu queria que você estivesse aqui, você nunca está. Você não é ninguém, é todas, você nunca está.
Te adoro, mas porque? Porque não sei outra forma de ser/pensar/agir, é impossível. Não necessariamente uma obrigação, mais uma necessidade ou mesmo compulsão. Sabe, te amo. Sou apaixonado por você, te adoro demais, em excesso, você sabe. Sou tudo se estou com você, passo a admirar as cores de todas as coisas, as nuances dos gestos, os sabores na minha boca, minha parte do corpo reservada para sempre a você. Sinto sempre a sua falta, perco a noção dos erros que cometo, não tenho nem identidade. Meus poros ficam abertos, sem restrição a nada, fico torto, amorfo mas te amo ainda sim. Aliás, mais do que nunca te amo.
Meus dedos te buscam toda manhã escura na cama, sinto seu corpo encostado em mim, chego a perceber seus mínimos movimentos ao acordar. Depois, você está andando ao meu lado, no caminho da minha rotina, ouço seus passos, vejo movimentar-se pelo canto dos meus olhos. O silencio soa, ouço sua voz languidamente recitando uma coisa qualquer em meu ouvido. Minha chegada à noite é recebida com seus abraços, seus beijos, me busca, se dá. durmo lembrando do gosto da sua boca mordida.
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Há muito tempo que você não está aqui e por completo nunca esteve. Sabe que te quero a cada segundo, lembro de você desde sempre. A primeira vez que te vi só serviu pra aguçar a lembrança. Estava lá durante a infância, durante a juventude e durante a morte estará.
Você são muitas, são todas as que mexeram comigo, falo aqui de todas as minhas paixões que cada vez mais enchem minha alma e incham meu coração. Não havendo mais espaço, mais uma vem e se ajeita, já há tempos não sei como, nem aonde. Mas está lá, do lado da que eu pensava nem mais dar as caras por aqui. Dói demais esse aumento incontrolável no meu peito. Não venha com mais tantas outras suas, por favor. Pare por aí, no máximo mais uma, mas uma que me guarde dessa vez como a guardarei.
Com amor sempre,
seu Eu.

Do entardecer...

Do entardecer...

Ao amanhecer

Ao amanhecer