terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Dois Lados

Ela olhava para ele de um jeito especial! Ela sabia que, na verdade, ele era tudo enfim que ela precisava ter. Ela reparava em tudo: o jeito, a forma de tratar as pessoas, a naturalidade entre os dois e se perguntava se poderia ficar ao lado dele por muito, muito tempo.
Ele gosta dela, ela sabe! E agora ela pode dizer o quanto ama aquele abraço, aquele beijo, aquele cabelo despenteado, aquelas palavras bobas que tanto a fazem rir e principalmente aquele jeito carinhoso extremo que só ele tem.
Em um determinado dia, ela quis falar. Ela queria mesmo, mas o medo da reação dela a impedia e a tornava mais angustiada. Foi quando ele falou! E a sensação que ela teve, ela nunca sentiu igual. O corpo estremeceu, os olhos quiseram chorar e a fala sumiu.
Então ela respirou fundo, olhou bem dentro dos olhos dele e retribuiu: "Eu amo você"!
Agora nada mais incomoda, porque tudo faz sentido e é perfeito quando ela está com ele...

. . .

Ele se mostrava com medo de tudo, sua cabeça era seu refúgio. Às vezes olhava pros dias e os dias passavam, passavam e ele não sentia nada. O dia quente, o vento fresco, a cor e o cheiro não estavam presentes, nada tinha valor.
Quando andava, via e sentia tudo. o mundo não havia sumido, as coisas tinham seu próprio sentido. Mas seu corpo mesmo era o que não se mostrava normal. Estava dormente, nada animava aquele ser, perambulava pelos movimentos que a vida fazia.
Mas então ela veio. E com ela veio o amor. Não que fosse avassalador. Mas era ainda melhor, com uma mistura de tensão e morosidade que o fazia se sentir muito bem.
Ela tinha o jeito certo, com as formas certas e a voz mais doce que ele já ouviu. Tinha mãos de carinho e cabelos de querer. Cheiro de se cheirar e boca daonde se beber. Olhos pra se voar dentro e perder o ar.
E assim ele volta à vida, vendo que tudo o deixa feliz, porque a pequena perfeita está do seu lado...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Não Adianta (Zeca Baleiro)

Não adianta,
Não adianta nada ver a banda,
Tocando “A Banda” em frente da varanda,
Não adianta o mar,
E nem a sua dor.

Não adianta,
Não adianta o bonde, a esperança,
E nem voltar um dia a ser criança,
O sonho acabou,
E o que adiantou?

Não tenho pressa,
Mas tenho um preço,
E todos tem um preço,
E tenho um canto,
Um velho endereço,
O resto é com vocês,
O resto não tem vez.

O que importa,
É que já não me importa, o que importa,
É que ninguém bateu em minha porta,
É que ninguém morreu,
ninguém morreu por mim.

Não quero nada,
Não deixo nada, que não tenho nada,
Só tenho o que me falta e o que me basta,
No mais é ficar só,
Eu quero ficar só.

Não adianta,
Não adianta o que não adianta,
Não é preciso, que não é preciso,
Então pra que chorar?
Então pra que chorar?

Quem está no fogo, está pra se queimar,
Então pra que chorar?

Do entardecer...

Do entardecer...

Ao amanhecer

Ao amanhecer