domingo, 10 de maio de 2009

Fora Daqui

Sabe cantar, sabe escrever; só não sabe viver. Farrapos almejantes presos num varal, dentro do peito aberto e manchado, extenso e sangrado. Em tudo mais que se possa mover, ou perder... Há a utopia da palavra, embolia da superstição.

Todo amor preso num porão de vento, sem um só olhar atento. Mas o que dizer com palavras tolas, se não sente comiseração ao estender a emoção até uma tensão absurda?

Complexo de médio. Sem pular obstáculos. Sem correr para além. Segue um sonho moldado pela realidade que convém. Só teria alguma chance se estivesse seguro,
se estivesse crescido,
se estivesse maduro,
se tivesse então lido
o livro sobre o escuro.
Se estivesse tão forte,
se não estivesse aos cortes,
em frangalhos tão puros.


Sente inveja da dor suportada, da foda mal dada, do carinho tão tenro dessas mãos adestradas.

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