quinta-feira, 2 de julho de 2009

Encontrei o Jazz numa sala de espera. Como sempre, sua cara era a do século 20, na verdade o meu século. No ato de espera, não ouço palavras, escrevo-as então no caderno. O fato presente se mantém inalterado. O som ambiente são vozes, mas não palavras, não as ouço, suponho que estão sendo usadas somente. Som ambiente e música ambiente, eu à espera, o mundo ainda anda.
Você está parado observando Miró, algo rasgante para o seu dia-a-dia. Está desesperado por seguir em frente sem saber pra onde. dezenas de metros te separam da rua, está alto, você sabe, mas não concebe de fato a situação. Duas plantas superficiais te fazem compania, no vaso e no quadro, outro que não o Miró. Em outra planta você se encontra, na planta do prédio em que você está. E a planta do pé que encosta na meia que encosta no tênis que encosta no carpete que encosta no piso que faz divisa com o teto, que por sua natureza, encosta no ar que alguém respira, ou não, por não estar presente, ou vivente. As pessoas morrem, você sabe, mas não concebe de fato, uma pode pode estar morta agora abaixo de você e você sem se dar conta.
Estamos aqui no mesmo lugar na mesma sala, a esperar conforme o ambiente se chama, sala de espera; Você a ler, cética, eu a escrever, insano, louco. Eu querendo ter mais uma palavra, você querendo me ter.

O louco sou eu
O louco é você
Uma cadeira vazia
Na outra dividimos
Um corpo só.

..continuo sozinho, à espera. jazzportapessoasdoutorcabeçacadernopalavrasmentementirassozinhocadeirasinsanocarpetecoçeiramaçanetaplantamãosmaneiras vou sair daqui enquanto posso

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