[Estrofe 1]
Escrevo a voz
Que cria vasto caos em nós
Em letras que cantei a sós
Pensando nestes lindos sóis
Olhos de anzóis
Que fisgam-me de um jeito atroz
A mão algoz
Meus dedos tremem, tesam nós
E a linha, no papel, veloz
Porém me acalmo logo após
Um ser feroz
Verter em tinta, sobre nós
[Refrão] x2
E sob os lençóis
Desvendo seus segredos, cheios de nós
Que vão caindo, como dominós
Enquanto afundo nos seus caracóis
E então, meus heróis
Parecem ficar bobos, quase sem voz
Perante o som, tal qual de rouxinóis
Que você faz, quando estamos sós
Escrevo após
Criar um vasto caos veloz
Com letras lindas, para nós
Pensarmos neste tempo atroz
De olhos de sóis
Que ofuscam, se estiver a sós
As mãos em nós
Com dedos presos, como anzóis
E o canto treme a minha voz
Que teima num papel de algoz
Mas entre nós
Sou calmo, você que é feroz
[Refrão]
[1/2 Estrofe 1]
[Refrão]
Mas não tem mais "nós"
Meus dedos sentem medo dos caracóis
Que ainda encontram sob os meus lençóis
E prendem-me ao passado com seus nós
E então fico a sós
Mas não esqueço o cheiro, nem sua voz
Dizendo em um ritmo veloz
Que eu sou o herói de todos os heróis